sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Ministério Público de Caxias do Sul aciona MEC para que haja mais debate antes da publicação da PNEE 2018: assino embaixo!

O Ministério Público Federal (MPF) em Caxias do Sul ajuizou ação civil pública (ACP) para que a União não publique o novo texto da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (PNEEPEI) até que seja proporcionado amplo e democrático debate com a sociedade, especialmente com as pessoas com deficiência e com entidades que discutem a questão da educação em uma perspectiva de inclusão.

O MPF pede, ainda, que a União realize nova audiência pública com ampla divulgação, publicando o convite com, pelo menos, dez dias úteis de antecedência para que as pessoas e entidades interessadas possam se habilitar a participar do evento, sem prejuízo da realização de audiências públicas descentralizadas em outros estados e a transmissão ao vivo pela internet. Além disso, requer que seja reaberto prazo para consulta pública com prazo não inferior a dez dias úteis, visando uma maior participação social.

A necessidade da ação surgiu no decorrer da apuração de inquérito civil, no qual foi constatado que o Ministério da Educação (MEC) estaria na iminência de publicar a proposta da PNEEPEI sem observar a ampla participação da sociedade e das entidades de classe na elaboração da proposta.

Dentre as irregularidades apuradas, destaca-se que as reuniões realizadas durante os debates das propostas eram restritas às entidades convidadas pelo MEC, sendo vedado que determinadas entidades participassem do debate de elaboração da nova proposta da PNEEPEI.

Número da ação para consulta processual 5020898-86.2018.4.04.7107

Íntegra da ACP

Assessoria de Comunicação Social
Ministério Público Federal no Rio Grande do Sul
Telefone MPF: (51) 3284-7200
Telefones Ascom: (51) 3284-7370 / 3284-7369 / 98423 9146
Site: www.mpf.mp.br/rs
E-mail: PRRS-Ascom@mpf.mp.br
Twitter: http://twitter.com/MPF_RS
Facebook: www.facebook.com/MPFnoRS

Enviado do meu smartphone Samsung Galaxy.

Crítica Pública (bem vinda) sobre meu posicionamento sobre o ´fenômeno copia e cola´

Como já afirmei inúmeras vezes neste BLOG, não seleciono o que postar baseado em critérios pessoais ou de interesse. Apenas posto e, quando tenho tempo ou julgue que vale a pena comentar, eu assim o faço. 

Hoje, posto aqui, um email público da colega da UFRJ Profa. Dra Monica Pereira dos Santos, pessoa querida e que conheço há, em torno de, 20 anos...  Como poderão ver, ela discorda veementemente de meu posicionamento e faz acusações e apelos à manifestação. 

Todavia, eu entendo que - por mais discordante que minha ´tolice argumentativa´ - possa parecer à colega Monica, ainda assim é apenas a minha posição que tenho a ´liberdade de expressar´, engano à parte, em um regime democrático. 

Bem continuo por aqui e acolho qualquer dissonância... 
A seguir, email na íntegra...
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Cara Wyndiz e demais colegas,

Com todo respeito, preciso discordar veementemente do tom e da interpretação desqualificadora de sua postagem no Blog a respeito do manifesto da ABPEE sobre a “atualização” da PNEEEI. Não vou responder às tolices argumentativas (sim, porque científicas não foram) que vc ali postou. Farei isso academicamente, por outras vias, adequadas. Quero me referir aqui à maneira absolutamente desrespeitosa com que vc se referiu a um manifesto construído coletivamente e que, pela primeira vez em nossa história, incorporou posicionamentos de grupos de posições diferentes, e até mesmo divergentes, em Educação Especial. Um manifesto discutido ao longo de um Congresso importantíssimo que reúne e reuniu não apenas os acadêmicos, segmento do qual vc tanto se vangloria de ser parte, mas os militantes COM deficiência, portanto, pessoas muito mais autorizadas para se manifestarem a respeito da temática do que quaisquer um de nós, que somos aliados. Vc chamou a todos nós de sabotadores e de manipuladores de mentes, feitores de lavagem cerebral em uma “pobre” juventude que, na sua visão, parece, é totalmente incapaz de raciocinar por si mesma (qualquer semelhança ao Movimento Escola sem partido – ou Lei da Mordaça NÃO terá sido mera coincidência, pelo visto!!!!). Sinceramente, isto merece retratação pública!!!! Por favor, reveja seus conceitos e ações a respeito dos colegas que têm posicionamentos diferentes dos seus, se por nada, pelo menos para que não caia na contradição de fazer o mesmo que vc nos acusou de fazer: não respeitar uma opinião diferente (o que, em nosso caso, foi total inverdade). Vc se diz tão atacada em seu texto, mas não hesita em fazer o mesmo. Como parte do grupo ao qual vc tão desdenhosamente se referiu, deixo aqui, e nos espaços em que mais julgar adequado, claramente, em aberto e de público, meu total repúdio à sua atitude antiética, para dizer o mínimo. Vc foi um tanto longe demais. Colegas, me perdoem a postagem por aqui, mas acho que está na hora de pararmos para refletir seriamente sobre atitudes assim. Penso, inclusive, que as organizações ali mencionadas deveriam se manifestar publicamente sobre o tom da postagem.
Com afetos,

Mônica Pereira dos Santos
Prof. Associada – Faculdade de Educação
Programa de Pós-graduação em Educação
Coordenadora do Conselho de Ética em Pesquisa/CFCH-UFRJ
Diretora da DIRAC – Diretoria de Acessibilidade da UFRJ
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Análise das Contribuições à Atualização da Consulta Pública da PNEE 2018: relato de minha experiência como membro do GT de Maceió


Este relato é pessoal. Portanto,  compartilho exclusivamente minha visão, interpretação e experiência como uma das especialistas do campo de conhecimento da Educação das Pessoas com Deficiência e outras Necessidades Educacionais convidadas para participar do Grupo de Trabalho em Maceió, entre os dias 27 e 29 de Novembro 2018. 

Conforme já abordado neste BLOG (vide https://pnee2018.blogspot.com/2018/11/atualizacao-da-politica-nacional-de.html), fui convidada para participar do processo de análise dos dados colhidos por meio da Consulta Pública sobre a Atualização da PNEE-PEI 2008. 

Tenho declarado, em múltiplas ocasiões, minha posição favorável à atualização desta política após 10 anos de seu lançamento pela antiga e extinta (em 2011) Secretaria de Educação Especial - SEESP. Associo a este argumento à significativa produção científica no âmbito do Observatório Nacional da Educação Especial - ONEESP, do qual fiz parte como Coordenadora da Paraíba, cuja produção evidencia elementos chaves da política, que  - no mínimo - deveriam ser revistos, rediscutidos amplamente e alterados no texto da mesma. 

Soma-se à esta produção, outros estudos e, principalmente, os milhares de relatos postados nas mídias sociais por mães, familiares, educador@s sobre as ´experiências exclusionárias´ (conceito criado na minha tese de Dr.) de crianças, jovens e adultos vividas nos espaços educacionais. Ou seja, é sim hora de ´mexer´ na política!

O processo de construção da Minuta da ´atualizada´ Política Nacional de Educação Especial: Equitativa, Inclusiva e ao Longo da Vida envolveu a publicação de Editais pela UNESCO 2017/2018 para os quais inúmeros especialistas na área participaram, inclusive eu. Estudos e pesquisas financiados foram realizados, sem a interferência/ingerência da SECADI. Esta foi a minha experiência! 
  
Paralelamente, foram realizadas quatro reuniões coordenadas pela equipe da SECADI (não participei de nenhuma), as quais foram consideradas insuficientes por uma ampla parcela da população e de grupos organizados. 

Consequência: muitos manifestos e moções foram publicados contra a atualização da PNEE-PEI 2008 no atual momento da crise brasileira. Nesse contexto, a SECADI/MEC foi, inúmeras vezes, acusada de ter instituído um processo antidemocrático pela falta de transparência e porque não houve amplo debate com a sociedade civil e grupos organizados – com o que concordo plenamente. Todavia, eu entendia e defendia que a Consulta Pública seria o foro de participação social e contribuições.

Agora, contudo, após ter participado do Grupo de Trabalho em Maceió, tenho uma visão diferente sobre tudo isso... Vamos lá aos detalhes...

(1) Consulta encerrada em 23/11/2018. O prazo da consulta (originalmente 21/11) foi prorrogado e publicizado pelo Secretário da SECADI Sr. Júlio Freitas na Audiência do CNE ao vivo online, no dia 19/11/2018 de manhã.

(2)  Grupo de Trabalho de Maceió (que não tem esta designação e não tem portaria porque somos convidados por colegas da UFAL) constituído por 20 profissionais da área (a maioria doutor@s) convidado para a análise. O grupo reuniu-se no Maceió Mar Hotel entre 27 e 29/11/2018.

Coordenação dos Trabalhos feita pela Equipe da UFAL – Núcleo de Excelência em Tecnologias Sociais (NEES), contratado pela SECADI para este fim pela sua expertise em pesquisa com larga população.   

(3) Adoção do Software IRAMUTEQ adotado para organização dos dados e levantamentos das evidências que organiza dados quanti-qualitaitvos para a análise textual discursiva. (vide: http://iramuteq.org). De acordo com o trabalho Computer Supported Qualitative Research (pp 58-72) apresentado a World Conference on Qualitative Research (WCQR 2018) esse ‘software contribui para o processo metodológico de análise textual discursiva, oferecendo agilidade, novas perspectivas e rigor para a qualidade textual da análise de dados.”

      
(4) Dia 27/11/2018 – 1º Dia de trabalho do GT

Neste dia houve a apresentação do grupo, da atividade a ser realizada e um treinamento, conduzido pelos  professores da UFAL para o uso do software iRaMuTeQ, utilizado na sistematização dos dados coletados na consulta pública.  No período da tarde, o treinamento envolveu a discussão dos termos utilizados na uniformização das palavras chaves contidas na política, ou mencionados pelas contribuições por todos os membros. A equipe também trabalhou sistematicamente na ´limpeza´ dos textos (ex. retirada de hífen, asteriscos, letras maiúsculas, uso de underline, correção de digitação, gramática, entre outros) necessários para a utilização do software. Fase essencial para conciliar o trabalho de preparação do corpus com o contato direto com os dados. Ao final do dia foi possível definir as terminologias relevantes para o relatório. Foi proposta por um membro do GT um modelo de estrutura das seções e a uniformização geral do processo de análise qualitativa dos resultados consolidados. (minhas anotações)

No almoço, com um grupo de colegas compartilhamos nossas expectativas frustradas pelos trabalhos da manhã pois, entendemos que estávamos fazendo um trabalho ´braçal´ e não o que esperávamos realizar: a análise das contribuições recebidas durante a Consulta Pública! Também já era claro para nós que não haveria tempo suficiente para a consecução do objetivo central do GT. Ficou combinado que falaríamos com tod@s @s colegas e foi marcado para o dia seguinte à noite uma reunião, mas a situação era tal que, na manhã seguinte refletimos sobre o que estava acontecendo.

(5) Dia 28/11/2018 – 2º. Dia de trabalho do GT

No período da manhã, a equipe manifestou sua preocupação com o fato de que não haveria tempo hábil para proceder à limpeza dos dados e a análise dos mesmos a partir do processamento dos mesmos pelo software. Houve inclusive uma votação a respeito de como prosseguir, durante a qual ficou definido a elaboração pela coordenação da presente ATA e o envio de email ao MEC. O MEC foi consultado pelo coordenador da ação sobre a questão do tempo exíguo para a consecução do relatório. Enquanto isso, a equipe foi dividida em grupos com diferentes funções na análise e tratamento dos dados: grupo dos dados da Escala Likert, Grupo da limpeza dos dados, Grupo da Análise das evidências contidas nas nuvens de palavras, dendogramas, gráfico de análise de similitude  (evidências). No dia 28 de Novembro, a partir de um modelo de apresentação das evidências e análises das seções, tópicos e subtópicos, a equipe  foi dividida em grupos de análise dos dados quantitativos (classes, dendograma, escala likert, nuvem de palavras) e dados qualitativos baseados nos enunciados representativos das classes que contém os segmentos de textos mais frequentes e relevantes para subsidiar a política. (idem)

(6) Dia 29/11/2018 – 3º. Dia de trabalho do GT

No dia 29 de Novembro, o GY continuou a etapa de análise dos dados conforme o dia anterior associado a revisão por peers das análises produzidas. Somente quatro dos 47 tópicos a serem analisados foram finalizados. (idem).

Estávamos tod@s apreensiv@s, aguardando a resposta do Secretário da SECADI, que veio no final do dia com a concordância acerca da prorrogação do prazo para a conclusão do trabalho de análise dos dados/evidencias oferecidas pelo software. Fomos consultados sobre possíveis datas e ficou fechado o que se segue.

(      (7) Prorrogação – novo encontro 10-12/11/2018 em Brasília

- @s membr@s do GT disponíveis participarão de um novo período de trabalho, agora em Brasilia nos dias 10-12/12/2018 (Eu não participarei, estou indisponível).

-  objetivo: proceder à elaboração do documento subsidiário da PNEE-2018, cuja análise das seções e tópicos da Minuta estão sendo realizadas por tod@s antes do dia 10/12/2018.

- todos os tópicos da Minuta foram divididos entre @s membr@s do GT. (Eu e uma colega faremos a análise dos nove princípios que orientam a Política).

- a equipe continua interagindo diariamente por meio de grupo no zapp e email, compartilhando dúvidas, orientações e apoios.

Um dado chave que precisa ser divulgado de forma transparente neste processo é que o movimento desencadeado pela Associação Brasileira de Pesquisadores da Educação Especial – ABPEE marcou de forma decisiva  a organização e representação dos dados tratados pelo software IRAMUTEQ. (vide https://pnee2018.blogspot.com/2018/12/po-fenomeno-copia-e-cola-nova-forma-de.html)

Na minha opinião, o grande número de pessoas que (infelizmente) ´copiaram e colaram´ o texto construído durante o Congresso Brasileiro de Educação Especial realizado na Universidade de São Carlos (vide documento em:https://pnee2018.blogspot.com/2018/11/posicionamento-ds-academicos-da-area-de.html) ´atolou´ o sistema de tal forma que a equipe solicitou aos colegas técnicos uma ampliação significativa dos dados disponíveis. Em outra postagem analiso esta decisão tomada no CBEE que – na minha opinião - pode ser traduzida como sabotagem da Consulta Pública ao invés de mobilização da academia para pressionar do governo federal.

Como já afirmei antes, a crise político-ético-econômica que afeta o país não pode ser usada como justificativa para deixar esse processo para outro momento histórico. Por isso, discordo daquel@s que se posicionam contra a atualização da política agora.

Todavia, tendo participado do processo de início da análise das contribuições para a Consulta Pública como membro do GT de Maceió, baseada em minha experiência de 20 anos como pesquisadora na área e com ampla experiência em políticas públicas, hoje tenho a clareza de que - independentemente das competências e esforços da equipe do GT – o relatório não será representativo das contribuições enviadas durante Consulta Pública, simplesmente pelo fato de que o tempo alocado pela SECADI/MEC para uma análise apropriada, fundamentada nas evidências a inviabiliza.

Tornado transparente o processo, concluo este post declarando que defendo uma nova fase de debate para assegurar o melhor texto possível para esta política e a extensão do prazo para uma nova fase de debates e consulta presenciais, por meio de Audiência nas várias regiões do Brasil, como aconteceu com a Base Nacional Comum Curricular. (vide: https://www.youtube.com/watch?v=RHj9xAXlqRI&t=180s (25m) e http://basenacionalcomum.mec.gov.br/) que levou mais de dois anos e três versões...  

O documento da política não pode ser enviado para o Conselho Nacional de 
Educação antes deste processo amplo de debate e contribuições em território nacional.

O fenômeno ´Copia e Cola´: nova forma de fazer pressão política da acadêmia brasileira!


Este BLOG foi criado com o objetivo de aglutinar informações sobre o processo de atualização da PNEE-PEI 2008.

Desde o início das postagens, declaro minha posição favorável à atualização da política. Mas, aqui, publico tudo que chega até mim, sem critérios de seleção. (Quando tenho tempo, analiso e comento o que foi publicado)

Nesse contexto, chegou ao meu email em 26/11/2018 uma mensagem da ABPEE e CBEE (abaixo na íntegra), a qual teve como objetivo ´convidar associados e congressistas´ (e por extensão, a sociedade civil) a ´copiar e passar´ na Consulta Pública sobre a PNEE 2018 o texto elaborado por um grupo de acadêmic@s na área. (Email recebido um dia antes do início do trabalho de análise dos dados da Consulta Pública realizada entre 27-29/11/2018 em Maceió).

Prezados associados da ABPEE e congressistas do VIII CBEE

Sobre a Consulta Pública relativa à proposta de "atualização" da atual
Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (PNEEPEI), deliberamos  após debate no dia 16/11/2018 enviar o seguinte conteúdo deste email.

A sugestão que fazemos é de que entrem na Consulta Pública (
http://pnee.mec.gov.br/), conheçam o documento e, se estiverem de acordo com nossa posição, sinalizem "discordo" em cada trecho. Automaticamente, será aberta uma janela para justificativa do posicionamento. Solicitamos que colem o texto abaixo em todas as janelas:


Eu não estava presente no CBEE/ABPEE e, se estivesse, votaria contra esta posição porque acredito que

...o papel da universidade seja de empoderamento da comunidade acadêmica e de conscientização da sociedade civil sobre temas relevantes, como é o caso da atualização da política educacional que diz respeito a milhares de estudantes que encontram barreiras para aprender. 

Para mim, o convite ´copia e cola´ revela profundo desrespeito às opiniões diferentes do grupo de poder que considerou este convite apropriado: desrespeito aos milhares de brasileir@s que são a favor da atualização da política. Cabe aqui destacar que os dados da Consulta evidenciam que declararam-se a favor da atualização da Politica mais de 80% da população de respondentes!

Sobretudo, interpreto a decisão do convite ´copia e cola´ como uma forma de manipulação da massa acadêmica por meio de ´lavagem cerebral´ d@s jovens universitários, uma vez que provavelmente poucos se atreveriam a ir contra @s tod@s poderos@s acadêmic@s que, acreditam, que sabem mais e melhor que tod@s! 

Eu não considero que ´sei mais ou melhor´que tod@s... Apenas minha profissão me oferece a prerrogativa de refletir de forma mais aprofundada sobre determinados temas ou fenômenos sociais e, de alguma forma, me empodera para expressar publicamente minhas visões, argumentos e perspectivas fundamentadas em conhecimentos científicos e de forma analítico-crítica – como faço neste BLOG.

O ´copia e cola´, portanto, foge à minha compreensão em geral e, sobretudo, na esfera social da universidade porque representa um convite à não leitura da Minuta, ao não debate e à não reflexão crítica... Convite justificado com o discurso de processo antidemocrático da atualização da Política! Então o que será mesmo democracia no contexto deste convite?

A pressão nesses meses foi tão grande que professor@s colegas foram atacados e sentiram medo de se expor contra os ´pares´!!!

Eu mesma fui atacada por email por um colega (do sexo masculino) de SP que, além do sarcasmo de suas palavras na lista de email público no GT 15 da ANPED, me ameaçou publicamente de exposição nos meios acadêmicos por meio de convidar os colegas a se juntarem a ele nesta cruzada! (inclusive uma colega de área minha universidade - UFPB, foi a primeira que se manifestou a favor.)

Este renomado senhor nos meios acadêmicos da Educação Especial convidou @s colegas para divulgarem o teor de meu email em suas listas e redes sociais...

No meu entendimento seu convite e ameaça pública pode ser facilmente traduzida como assédio moral e discriminação de gênero. Mas deixei para lá porque sou transparente e tudo o que escrevi no email para esclarecer dados já tinha sido declarado neste BLOG. Ou seja, nem me dei ao trabalho de ficar preocupada ou aborrecida (risos). Ao contrário, eu acolhi seu convite agradecendo porque acredito em pluralidade de ideias.  (Sim, e claro, completou o assédio moral me acusando de ser ´colaboradora de governo golpista e de fascistas´. De onde ele tirou isso? Provavelmente de sua capacidade interpretativa que extrapola os fatos como eles são...)

Voltando à questão@ do ´copia e cola´, @s acadêmic@s presentes no CBEE/ABPEE querem e defendem amplo debate e transparência. Ok. Todavia e, paradoxalmente, ao invés de mobilizarem os 1.500 participantes do CBEE para conseguir isso por meios politizados e - a meu ver - mais legítimos, compatíveis com nosso papel social,  optaram por usar a massa acadêmica como meio de manobra política para sabotar o processo...  

Eu jamais participaria de tal manipulação porque ela é fruto de posições de poder que faz uso de milhares de estudantes, a maioria muito jovem ainda para compreender o significado de ser usado por um grupo com voz, credencial e poder!  Michel Foucault, certamente, deve ter dado a volta no túmulo!!!


Bem, agora vamos ao que interessa: o convite ao ´copia e cola´!!!  

(OBS retirei nomes porque aqui não interessa... o que interessa é tornar transparente os processos e decisões)
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Car@s Colegas,

Encaminho documento elaborado no CBEE, em reunião com a ABPEE, na qual o GT15 foi representado pela XXX, representante do GT no Comitê Científico da ANPED. Solicito ampla divulgação e participação.

Seguem mensagem e carta protocolada:
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Prezados associados da ABPEE e congressistas do VIII CBEE

Sobre a Consulta Pública relativa à proposta de "atualização" da atual
Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva
(PNEEPEI), deliberamos  após debate no dia 16/11/2018 enviar o seguinte
conteúdo deste email.

A sugestão que fazemos é de que entrem na Consulta Pública (
http://pnee.mec.gov.br/), conheçam o documento e, se estiverem de acordo com nossa posição, sinalizem "discordo" em cada trecho. Automaticamente, será aberta uma janela para justificativa do posicionamento. Solicitamos que colem o texto abaixo em todas as janelas:


1.    A proposta não é fruto de participação democrática. Consulta pública não é debate e interlocução. Queremos diálogo – com cópia e cola - verdadeiro com a população, profissionais e sociedade civil organizada.

2.    A proposta de atualização não se embasa no conceito de deficiência constituído na Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, que hoje é parte de nossa Constituição Federal.


3.    O paradigma inclusivo, garantido na Constituição Federal, prevê
ingresso e permanência com qualidade em classes comuns de escolas regulares. Liberdade de escolha não significa retornar às escolas especiais, mas garantir participação da população no processo educacional.

4.    O Atendimento Educacional Especializado não é assistência

tecnológica. Ele orienta a construção conjunta e colaborativa do plano de AEE, com base na leitura das barreiras existentes para a educação escolar.

5.    A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência garantem acesso pleno ao currículo (Inciso III, Art. 28) e adaptações razoáveis (§3º., Art. 54), o que é incompatível com a diferenciação curricular.

Oportunamente farei um vídeo sobre o conceito e a abordagem teórico-metodológica da diferenciação curricular - DC, mostrando que, há desconhecimento acerca do mesmo e, portanto, aqui há um argumento impróprio. A DC é sim, alinhado ao princípio da inclusão e da diversidade de estilos, ritmos e perfis de aprendizagem, conforme documento publicado pela UNESCO-Paris em 2004 e de cuja elaboração eu participei. Aguardem...

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Segue abaixo para conhecimento a Carta de São Carlos a ser protocolada pessoalmente por um representante indicado pelos pares na Audiência Pública [no Conselho Nacional de Educação] em Brasília no dia 19/11/2018.

Atenciosamente,
ABPEE e CBEE
São Carlos, 16 de novembro de 2018

-- 
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terça-feira, 20 de novembro de 2018

Posicionamento d@s Acadêmic@s da área de Educação Especial deliberado e elaborado no 8o. Congresso Brasileiro de Educação EspecialEE

O 8o. Congresso Brasileiro de Educação Especial foi realizado, este ano, na Universidade Federal de São Carlos, que junto com a Universidade Federal de Santa Maria (RS), constituem no país os redutos de formação de professoras¹es, pesquisadoras/es e profissionais da área de Educação Especial no Brasil.

Durante este Congresso, que aglutina um expressivo número de participantes (em torn o de 1000 a 1500),  também é realizado o Encontro Nacional de Pesquisadoras/es da Educação Especial que  realizou durante o congresso seu 11o. encontro.

Este ano, a reunião da Associação Nacional de Pesquisadoras/es da Educação Especial junto outras entidades representativas da categoria, assumiram finalmente um posicionamento público contra a Atualização da Política de Educação Especial 2008.

Cabe aqui enfatizar que este posicionamento ocorreu na segunda semana em que o documento Minuta da Política Nacional de Educação Especial Equitativa, Inclusiva e ao Longo da Vida já estava aberta para Consulta Pública e que foi entregue em mãos por uma docente/pesquisadora na Audiência Pública aberta para discutir atualização da PNEE realizada em 19 de Novembro no Conselho Federal de Educação, Brasília.

Aqui reafirmo minha posição a favor da atualização da Política. Não estive presente no CBEE 2018 e nem na referida reunião.  Dessa forma este documento não representa minha posição como acadêmica, pesquisadora e militante que defende os direitos da Pessoas com Deficiência.

O texto na íntegra do documento é, a seguir, apresentado:
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Exmos. Srs. Conselheiros do Conselho Nacional de Educação,
No décimo sexto dia do mês de novembro de 2018, após amplo debate, pesquisadores, professores, pessoas com deficiência e estudantes reunidos no VIII Congresso Brasileiro de Educação Especial e no XI Encontro Nacional de Pesquisadores da Educação Especial (XI ENPEE), em Assembleia na Associação Brasileira de Pesquisadores em Educação Especial (ABPEE), com o apoio da Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Educação (ANPED), da Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação (ANFOPE) e do Fórum Nacional de Coordenadores dos Núcleos de Acessibilidade das Instituições Públicas de Educação Superior, Profissional e Tecnológica (IPESPTec) decidiram posicionar-se  por meio deste documento sobre a Consulta Pública relativa à proposta de "atualização" da atual Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (PNEEPEI), que se encerra no dia 21/11/2018, a ser protocolado na Audiência pública do dia 19 de novembro por meio de representante indicada pelos presentes.
Dessa maneira, considerando que diferentes grupos da sociedade têm se manifestado acerca da forma e do conteúdo da Proposta, os presentes em assembleia nesta data, posicionaram-se contrários à atualização da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva neste momento histórico e ratificaram as manifestações disponibilizadas por pesquisadores da área de Educação Especial, expressas no texto abaixo:

1. A proposta não é fruto de participação democrática. Consulta pública não é debate e interlocução. Queremos diálogo verdadeiro com a população, profissionais e sociedade civil organizada. 

2. A proposta de atualização não se embasa no conceito de deficiência constituído na Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, que hoje é parte de nossa Constituição Federal. 

3. O paradigma inclusivo, garantido na Constituição Federal, prevê ingresso e permanência com qualidade em classes comuns de escolas regulares. Liberdade de escolha não significa retornar às escolas especiais, mas garantir participação da população no processo educacional.

4. O Atendimento Educacional Especializado não é assistência tecnológica. Ele orienta a construção conjunta e colaborativa do plano de AEE, com base na leitura das barreiras existentes para a educação escolar. 

5. A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência garantem acesso pleno ao currículo (Inciso III, Art. 28) e adaptações razoáveis (§3º., Art. 54), o que é incompatível com a diferenciação curricular.
Complementaram o texto apresentado, acrescentando:
✓ a ausência de diretrizes que garantam a Educação Especial na formação inicial do professor de classe comum;
✓ a proposição de escolas especiais e classes especiais como parte das diretrizes, aspecto  já superado na atual política.
 Sem participação, não há inclusão!!!!!  
Aguardamos a efetiva participação no processo decisório!!
CBEE. e ABPEE

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segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Atualização da Política Nacional de Educação Especial: onde estamos e para onde vamos?

Desde abril deste ano o debate sobre a Atualização da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva - PNEE-PEI-2008) foi desencadeado no país.

Manifestações individuais e de grupos organizados, favoráveis e contrárias à atualização da PNEE-PEI 2008, passaram a ser compartilhadas nas redes sociais. Neste processo, houve circularidades de posições baseadas no Documento do LEPED Em defesa da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva 2008 do LEPED. Embora superficial porque baseado apenas em um conjunto de slides usados pela SECADI na primeira reunião e com acentuado viés político-partidário, o documento não apresenta fundamentos relevantes para justificar o posicionamento contrário à atualização da Política. Inclusive a própria Minuta ora em consulta mostra como alguns dos argumentos tinham a intenção de provocar turbulência, no que - com certeza, foi bem sucedido! Por exemplo, ao afirmar que a retirada da ´perspectiva da educação inclusiva era a prova cabal de que este princípio iria ser eliminado da nova Política.

Este documento tornou-se extremamente importante porque foi o único publicado sobre a matéria. Consequentemente, e felizmente, provocou debates, reflexões, interesses e manifestações nas esferas acadêmica, educacional (ensino regular e educação especial), profissional de áreas afins (Conselhos de Psicologia, de Fonoaudiologia, etc.), etc. 

O que aconteceu até agora?

Ao longo de sete meses (abril a novembro 2018) houve quatro reuniões organizadas pela SECADI com diferentes representações. O Ministro da Educação Rossielli participou da reunião com representantes da UNDIME (munic[ipios) e CONSEDE (estados). 



Às 18h do dia 06/11/2018 foi tornada pública online a Minuta Oficial (disponível em: https://pnee.mec.gov.br/integra) da Política Nacional de Educação Especial, Equitativa, Inclusiva e Educação ao Longo da Vida  e com prazo para submissão das contribuições até




No dia 07/11/2018, a Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência da Câmara dos Deputados realizou o Seminário Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. No evento, que contou com a participação da Comissão de Educação da Câmara, houve debates sobre as perspectivas de especialistas, do governo e da sociedade civil. A deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP), que propôs o debate, afirma que é preciso avaliar os dez anos de implementação da PNEE-PEI 2008. O debate, segundo ela, poderá subsidiar futuras medidas legislativas de atualização dessa política, assim como outras ações eventualmente necessárias. (Fonte: Agência Câmara Notícias) 

ASSISTA NA ÍNTEGRA O SEMINÁRIO DA CÂMARA


No dia 19/11/2018 ocorreu a Audiência Pública realizada no Conselho Nacional de Educação, durante a qual foi informado pelo Secretário da SECADI que o prazo para submissão das contribuições foi prorrogado para o dia 23/11/2018 como resultado de inúmeras solicitações.  

Após as reuniões organizadas pela SECADI que contou com um número reduzido de participantes convidados/as e as duas audiências públicas, abertas a quem quisesse participar (mas com acesso limitado pelo fato de serem realizadas em Brasilia), é indiscutível o significativo número de questões sérias a serem ainda amplamente debatidas com maior e mais efetiva participação social. Exatamente por isso é necessário mais tempo! 



O que está previsto após a consulta pública?

Esta previsto o encerramento desta etapa de Consulta Pública online  em 23/11/2018 às 18h. Esta etapa tem como finalidade

" a avaliação e coleta de sugestões sobre o texto atualizado da PNEE. Em seguida, as contribuições serão analisadas tanto por meio de análises quantitativas, como análises qualitativas, de forma colaborativa. O trabalho de análise e qualificação dessas contribuições ocorrerá, presencialmente, em Maceió (AL) e terá a participação de diversos professores, entidades e profissionais com experiência na área de Educação Especial e inclusão de todo o país. O trabalho dos avaliadores irá balizar um relatório destinado à SECADI. Com base nesse relatório as alterações no texto original serão atualizadas, no sentido de refletir as demandas levantadas na consulta pública." (Fonte: Email recebido do Coordenador do Trabalho em Maceió)

Entre os dias 27 e 29 de Novembro de 2018, uma equipe constituída por 20 acadêmic@s  com experiência em pesquisa, vinculad@s a várias Universidades Federais localizadas nas cinco regiões brasileiras, se reunirão com a Equipe do Professor Leonardo Brandão Marques do Núcleo de Excelência em Tecnologias Sociais - NEES do Centro de Educação da Universidade Federal de Alagoas a fim de organizar, categorizar e analisar dados colhidos por meio da Consulta Pública com vistas a elaborar relatório que subsidiará a próxima etapa deste processo. 

EQUIPE DE PESQUISADOR@S

Alessandra Miranda Mendes Soares - UFERSA
Adenize Queiroz de Farias - UFPB
Annie Gomes Redig - UERJ
Carlo Schmidt - UFSM
Cristina Angélica Aquino de Carvalho Mascaro - Faetec
Dulcéria Tartuci - UFG
Edicléa Mascarenhas Fernandes - UERJ
Elisangela Mercado - UFAL
Felipe Venancio Barbosa - USP
KatienePriscila Benitez - UFABC
Liliane Ferrari Giordani - UFRGS
Luiz Renato Martins da Rocha  - UTFPR
Maria Aparecida ramires Zulian - Centro de Pesquisas Renato Archer
Marcia Lise Lunardi-Lazzarin - UFSM
Marinalva Silva Oliveira - UFRJ
Neiza de Lourdes Frederico Fumes - UFAL
Rosana Mendes Éleres de Figueiredo - UFMA
Symone de Brito Pessoa da Silva - UFRN
Theresinha Guimarães Miranda - UFBA
Windyz Brazão Ferreira - UFPB

Após esta fase... aguardamos o que vem a seguir. Mas, na minha opinião, deveria haver uma nova rodada de debates e consulta, como foi realizado com a BNCC, de forma que com mais participação social mais qualidade na política.