quinta-feira, 21 de junho de 2018

MANIFESTO DA REDE APAE PELA ATUALIZAÇÃO DA POLÍTICA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL


No dia 06 de Junho deste ano recebi por whatsapp o Manifesto da Rede APAE apoiando a Atualização da PNEE-PEI 2008. Claro que devorei o documento para conhecer os seus motivos porque acredito que sempre podemos aprender com a diversidade de informações e conhecimentos que, por razões distintas, ficam restritos a grupos específicos e vem à tona em momentos como o atual: momento de rumors, dúvidas, conflitos, politicagem e interesses velados que chegam às nossas redes sociais e não há como saber o que é verdade e o que não é. Consequência: nossas posições nunca são tão seguras e firmes como deveriam ser se todos/s tivessem as informações apropriadas, sem viés.

A história contada no Manifesto da REDE APAE revela dados relevantes para compreendermos o papel das escolas especiais no sistema educacional brasileiro. Eu sou uma defensora contumaz da inclusão escolar, todavia conheço pessoalmente muitas experiências de outros países que convivem com as escolas especiais as vezes mais (como é o caso da Alemanha e Dinamarca que possui muitas escolas especiais segregadas para estudantes com diferentes tipos de deficiência) e as vezes menos (como é o caso da Inglaterra, país no qual apenas 1% da população está em escolas especiais).   

Brasil: um pais com dimensão territorial de continente, com uma rica diversidade humana e cultural e com mais de 45 milhões de pessoas com deficiência (somado a um número imenso de estudantes com necessidades educacionais diversas) não pode ter um modelo único de serviço ou atendimento nas escolas brasileiras, que hoje constituem um universo, em torno, de 185 mil escolas esparramadas pelo território nacional. É verdade que todas as cidades possuem escolas públicas e privadas, MAS nem todas as escolas aceitam matricular crianças com deficiências variadas! 

Um país nestas condições e democrático deve SIM possuir múltiplos modelos de serviços educacionais, com apoios e recursos variados, os quais devem estar disponíveis (e serem divulgados de todas as formas possíveis nas várias regiões do país) de forma que as famílias possam fazer suas escolhas. A decisão de matricular os filhos/as com deficiência em uma escola de ensino comum com SRM/AEE ou uma escola especial é exclusivamente da família e não pode - de forma alguma - ser definida por uma política pública. As escolas especiais serviram e ainda servem a esta população na maioria dos países, mesmo aqueles que são muito ricos (ex. Dinamarca, Holanda, Inglaterra, Alemanha). Portanto, ser contra as escolas especiais significa não reconhecer a história da Educação Especial, ser contra a democracia que se sustenta encima de princípio da diversidade e direito de escolha e, finalmente, ser contra o direito de escolha das famílias.

Por esta razão, apoio o Manifesta da REDE APAE Brasil, fundada em 1954 e que foi pioneira na luta pelos direitos à reabilitação e educação da pessoa com deficiência intelectual no Brasil.

Clique AQUI para ler o Manifesto! 


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